sexta-feira, 27 de junho de 2014

ocupação não predatória; parametro da harmonia porto / cidade


Quinta, 26 Junho 2014 13:08

Porto X Cidade ou Porto-Cidade?

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 “Nós somos o que
fazemos para deixar o que somos
(Eduardo Galeano)

Santos-SP sediará, daqui a exatamente 1 ano, o “20º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito”; em paralelo com o “IX INTRANS – Exposição Internacional de Transporte e Trânsito”. Organizado pela Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP é o mais tradicional (desde 1977) e maior evento do setor; principal referência daqueles que pensam, discutem, planejam e gerem a mobilidade urbana no País.
Nessa sua 20º edição os eventos têm uma particularidade: Ocorrem numa cidade não-capital; ainda assim histórica, complexa e conhecida internacionalmente:
  1. Apesar de ser uma cidade de médio porte (cerca de 500 mil habitantes), Santos-SP tem a 6º melhor qualidade de vida entre os municípios brasileiros, medida pelo consagrado IDH.
  2. Além disso, junto com Guarujá e Cubatão, principais municípios da denominada “Região Metropolitana da Baixada Santista - RMBS” (1,6 milhão de habitantes), sedia o maior porto da América Latina (01, 02). Ele tem como zona de influência (“hinterland”) 2/3 do PIB e quase metade da população brasileira; e é responsável por ¼ do nosso comércio exterior;
  3. Situa-se ao sopé da “Muralha” (Serra do Mar, com suas diversas áreas preservadas).
Por conseguinte, local e oportunidade ideal para se identificar, discutir e analisar as interfaces entre desenvolvimento econômico, qualidade de vida e meio ambiente; entre as áreas de atuação do Ministério das Cidades e Secretaria dos Portos (o ministério dos portos); entre a ANTP, a “Associação Brasileira de Entidades Portuárias e Hidroviárias - ABEPH” e a “Associação Brasileira de Municípios Portuários” (cujo presidente, incidentalmente, é o prefeito santista); entre Planos de Desenvolvimento e Zoneamento – PDZ e Planos de Mobilidade e Planos Diretores; entre mobilidade e logística; entre porto e cidade, enfim.
Foto: Portal Terra

Congestionamento de veículos de passageiros e de carga na ligação entre Santos e São Paulo
Essas interfaces não têm sido harmoniosas; nem histórica nem mundialmente. Cidades, de uma forma geral e ao longo dos séculos, nasceram e se desenvolveram em entroncamentos de rotas de comércio; ou seja, de fluxos de cargas. Com o passar do tempo, todavia, a circulação delas passa a ser vista, pela população, pela sociedade e pelos governantes como um transtorno e, superficial e apressadamente, como “um mal a ser extirpado”. Daí porque as políticas públicas, em relação às cargas são, em geral, apenas restritivas: Restrição temporal (não-pode nesse horário); geográfica (não pode nessa região); tecnológica (não pode com esse veículo).

O histórico das cidades portuárias, desde os fenícios, é um caso particular dessa saga: De início a implantação de instalações portuárias é acalentada, reivindicada e saudada. Tudo vai bem enquando o porto “está lá longe”: “Cada um toma conta da sua vida”. Com o passar do tempo, porem, ele vai sendo engolfado pelo tecido urbano; suas funções vão se entrelaçando com as da cidade. E, daí, tratado cada um de per si, para o surgimento e crescimento de tensões e conflitos é um passo curto!
Santos, coincidentemente, está às voltas com uma discussão/definição que merece análise: A polêmica sobre o futuro da Ponta da Praia (região urbana, densa, na entrada do canal) que, inclusive, foi judicializada. Ela é complexa; envolve o logístico, o urbano e o ambiental (01, 02, 03, 04, 05). Portanto, oportuna e candidata a um bom case para esse 20º Congresso.

Esse é o caso de um porto tradicional e consolidado. Mas há também exemplos de portos emergentes, onde as tensões e os conflitos começam a surgir e/ou são muito facilmente previsíveis como Barcarena e Santarém, no Pará ou, mesmo, São Sebastião-SP. Portanto, mais facilmente mitigáveis e desejavelmente evitáveis pois, como nos ensinou Andre Mauraux, “A saúde das cidades e a saúde dos seres vivos dependem essencialmente da saúde de suas artérias“.

Há também muita literatura, cursos, produção acadêmica (02) e entidades (01, 02, 03, 04) tratando do tema. Esse acervo pode servir de subsídio para o Congresso, mesmo porque normalmente partem da constatação da existência de problemas mas, também, da convicção de que convivências mais harmoniosas são possíveis e da necessidade de se buscar/desenvolver novas formas e práticas de planejamento e governança (01, 02, 03 – OBS: Com links para inúmeros materiais de consulta).
É por isso que, em recente e extensa pesquisa (216 portos, 26 países, 116 autoridades portuárias), buscando identificar tendências para o próximo século nesse desenvolvimento, a “European Sea Ports Organisation – ESPO” identificou, entre suas conclusões (“European Port Governance”) que: “É significativo que a maioria das autoridades portuárias, independentemente da sua propriedade ou nível de controle, têm intensa interação com os governo locais”; e “As autoridades portuárias estão gradualmente se distanciando da operação e se aproximando das suas comunidades”.

Qual a tendência brasileira? O que podemos (galeanicamente) fazer para “deixar de ser o que somos”? A pauta do 20º Congresso promete... ou, ao menos, tem potencial!

estruturando uma ditadura lentamente...

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Segunda, 16 Junho 2014 13:37

Codesp: a caminho da centralização em Brasília

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A nomeação de Angelino Caputo e Oliveira, ex-assessor da Casa Civil da presidência da República, para a direção da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), em substituição ao engenheiro Renato Barco, constitui mais um passo do processo de centralização administrativa da empresa que é resultado do disposto na nova Lei dos Portos (nº 12.815/13). A observação é de Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional. Como se sabe, explica, a nova legislação, em seu artigo 64, estabelece que as companhias docas firmarão compromisso de metas empresariais com a Secretaria de Portos (SEP). “Ou seja, se em determinados prazos o desempenho das empresas estatais não alcançarem os resultados esperados, novas mudanças em sua diretoria podem ser anunciadas.”
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O pretexto, segundo Lourenço, é que as empresas estatais atuem dentro da dinâmica maneira empresarial, comprometendo-se com resultados e não em dar abrigo a apaniguados e favorecimentos políticos. “Por trás disso, porém, o que se vê é uma excessiva centralização administrativa dos portos – o que constitui, de certa forma, outra maneira de preservar favorecimentos político-partidários –, com a perda de autonomia de gestão”, critica. E prossegue: “Isso preocupa porque, a rigor, as decisões estão cada vez mais centralizadas em Brasília. Em contrapartida, a comunidade portuária fica marginalizada dessas decisões.”
Ele exemplifica dizendo que é o caso do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), que passou a mero órgão consultivo, ainda que constitua importante espaço estratégico, já que reúne em sua composição diretores indicados pela Prefeitura (50%), por empresários (25%) e trabalhadores (25%). E lamenta: “Infelizmente, dentro do atual formato, suas sugestões ou reivindicações, dificilmente, são levadas em conta.”
Lourenço afirma que não tem nada contra a mudança periódica no comando das empresas estatais, mas, que no caso da Codesp, o que se teme é que haja, em função dessa excessiva centralização, comprometimento nas decisões que serão tomadas longe do foco das necessidades, o que pode retardar as medidas necessárias para o funcionamento das atividades portuárias.
E adverte: “Desde já, sabe-se que há pela frente dois desafios para que o Porto continue a funcionar a contento: o primeiro é o risco de assoreamento e estreitamento do canal de navegação, que exige providências imediatas para que navios de grande porte possam entrar; o segundo é o aumento da capacidade da Via Anchieta para suportar o fluxo crescente de caminhões em direção ao Porto.”
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é honesto' não serve. troca

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Quarta, 25 Junho 2014 21:45

Como ter portos fortes com trocas seguidas de ministros?

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De duas uma, ou a Secretaria de Portos (SEP) é muito importante ou perdeu qualquer relevância no governo Dilma. E o setor portuário tupiniquim está a ver navios. A dança das cadeiras no ministério está pior do que mão de obra temporária, é quase uma terceirização ou quarteirização. Ninguém esquenta a cadeira. A descontinuidade de política nacional para os portos nacionais é flagrante, quando não a ausência mesmo.
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A presidente da República, Dilma Rousseff, anunciou, na noite desta quarta-feira (25/6), a substituição do ministro da Secretaria de Portos, Antonio Henrique Silveira, pelo seu colega dos Transportes, César Borges. O ex permanecerá na Pasta, mas segue como secretário-executivo no lugar de Eduardo Xavier.

A SEP produziu uma nota à imprensa tentando garantir o que já está parado, como o andamento de processos, os arrendamentos portuários e autorizações para novas instalações privadas de acordo com o novo marco regulatório do setor (Lei nº 12.815/13), o Programa Nacional de Dragagem II e a melhoria da gestão das companhias docas.

Antonio Henrique Silveira tomou posse em 8 de outubro de 2013 e ficou apenas sete meses à frente da SEP.
Palavras Chaves


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    Alguem tinha a ilusão de que as criação da SEP tinha por objetivo melhorar alguma coisa? Desde o principio o objetivo foi somente criar mais um cabide para pendurar a incompetencia do governo.

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    COMO A GENTE PODE LEVAR O GOVERNO DE DILMA A SÉRIO. OS NOSSOS PORTOS ESTÃO SERVINDO DE MOEDA DE TROCA NA POLITICAGEM ELEITOREIRA. EM OUTROS PAÍSES OS PORTOS SÃO TRATADOS COMO ESSENCIAIS. AQUÍ ESTÃO A MERCÊ DAS VELHAS RAPOSAS.


Qual o MAIOR PROBLEMA abordado aqui?