10.04.2012
Construção do Campus
O canteiro de obras está entre os 10 maiores do país e é o segundo maior da história da cidade
Publicado por Renan Xavier
A
construção do campus da Universidade Federal da Integração
Latino-Americana (UNILA), no norte da cidade de Foz do Iguaçu,
representa a segunda maior obra da história da região - atrás apenas da
Usina Elétrica de Itaipu. Além disso, figura entre os 10 maiores
canteiros de obras no momento no país. As obras desta primeira etapa já
reúnem 450 funcionários diretos, trabalhando em diversas frentes, e há a
expectativa de que seja local de trabalho para 1100 pessoas no auge da
construção. O consórcio formado pelas empresas Mendes Júnior e Schahin
tem pela frente o objetivo de solidificar os traços harmônicos e
inconfundíveis do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, que assina a
criação dos projetos arquitetônicos. Futuro símbolo para a cidade, o
campus alia a estética moderna e ousada de Niemeyer a conceitos
contemporâneos utilizados na projeção de espaços, como praticidade,
comodidade e sustentabilidade. Tudo isso sem esquecer características
que marcam a própria UNILA, como a integração, a universalidade e a
interdisciplinariedade.
Praticidade e integração
O lado prático pode ser observado no planejamento de cada estrutura a
partir de prédios próprios, com a centralização de atividades comuns.
Por exemplo, não serão formados blocos de salas de aula e não haverá a
divisão das salas em áreas científicas, como acontece em muitas outras
universidades federais. Para a instrução, haverá apenas um prédio
destinado às salas de aula e outro destinado aos laboratórios. Assim,
todos os estudantes e professores da UNILA irão transitar nos mesmos
espaços físicos, o que estimula a interação e a integração entre todos.
O
prédio contará com três andares e andar térreo. Serão 105 salas de
aula, suficiente para abrigar os 10 mil alunos previstos. Além de
escadas, haverá rampas de acesso para cadeirantes, piso tátil e demais
estruturas de promoção de acessibilidade, como banheiros especiais. Este
prédio está em fase de construção das fundações, com a concretagem das
chamadas “sapatas”, que darão a sustentação ao edifício. A parte
estrutural ficará pronta ao final desta primeira etapa, mas apenas 50%
das salas de aula receberão benefícios de acabamentos arquitetônicos e
as instalações para uso regular.
O Edifício Central irá concentrar as atividades de reitoria e os
servidores da universidade, estimados em 670 até 2015. Os professores
também terão abrigo neste espaço. A previsão é de que sejam 570 até
2015. A construção deste prédio deve ser o maior desafio da obra.
Sustentado a partir de estrutura que não está calcada ao chão em parte
da extensão, o prédio terá 23 andares e 111 metros de altura. Segundo o
engenheiro civil Cleofas Berwanger, da UNILA, a vista do topo promete
ser incrível, já que será mais alto que a própria Barragem de Itaipu.
Seis elevadores permitirão o trânsito interno entre os setores.
A
penas
para a fundação são estimados 173 caminhões de concreto, ou 1.380
metros cúbicos. Somente na sapata principal foram 48 caminhões. Cerca de
70 toneladas de gelo foram utilizadas para resfriamento do concreto,
evitando a abertura de fissuras no mesmo. “Há uma série de desafios a
serem vencidos na construção deste prédio, o que vem sendo reconhecido
por diversos especialistas. Com certeza, uma obra ousada e que exige
muita fiscalização e controle”, relata Berwanger. Toda a estrutura será
erguida, mas os acabamentos serão realizados apenas do primeiro ao nono
andar e no último, nesta primeira etapa. O restante será incluído em
outra licitação. A primeira etapa abarca, ainda, a construção do
restaurante universitário, que contará com dois andares e área para
cozinha industrial própria.
Comodidade e facilidade
Uma maior comodidade à
comunidade acadêmica será permitida com a construção de passarelas e
marquises cobertas, oferecendo sombra a quem precisar transitar pela
UNILA. Elas farão a conexão entre os prédios e terão instalados
equipamentos de acessibilidade. Ao redor, espelhos de água, uma marca de
Niemeyer, e vegetação arbustiva. Nesta primeira etapa, será construído
apenas o piso que traçará o caminho das passarelas, mas não será
coberto.
Galerias subterrâneas
farão a ligação entre os prédios do campus e concentrarão as
instalações, cabos e tubos eletromecânicos, sendo que toda manutenção e
gerenciamento de atividades será feito a partir da Central de
Utilidades, que também ficará enterrada. Esta construção, além de
algumas galerias, serão executadas neste momento. “A construção deste
Centro de Utilidades deixa a obra aparentemente mais lenta, mas sua
implantação irá reduzir custos e aumentar a eficiência da manutenção dos
serviços da Universidade”, explica o engenheiro Ademar Sérgio Fiorini,
da Superintendência de Implantação do Campus (UNILA).
Andamento
Devido
às chuvas de setembro e outubro do ano passado, o cronograma da obra
encontra-se com certo atraso. “Estamos fechando uma análise até as
próximas semanas para verificação exata do atraso e revisão do
cronograma”, salienta Fiorini. Todas as estruturas estão em fase de
fundação, com construção de sapatas e concretagem em todas edificações.
Todo o terreno, mesmo as áreas que não terão estruturas erguidas neste
momento, deve ser terraplanado. Na semana passada, teve início de
concretagem a primeira laje do Edifício Central, processo que será
concluído na próxima semana. A Superintendência de Implantação do Campus
dá conta de que 43% da terraplanagem já foi feita. A previsão é de que
uma nova licitação para construção da biblioteca seja feita entre o
final deste ano e o primeiro semestre de 2013.