sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Retórica Empresarial, Leniencia e Omissão dos Poderes Públicos no Porto de Santos

Portogente Conecta o Mundo, Cruza Fronteiras
Quarta, 13 Janeiro 2016 00:01

Embraport: um terminal sem sustentabilidade

Quando se analisa o terminal da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), no Porto de Santos (SP), sob a ótica do Working with Nature, é possível verificar o projeto deveria ter observado, mas não o fez, na preservação da natureza. Os acionistas do empreendimento são dois gigantes conhecidos, Odebrecht TransPort e Dubai Port World (DPW), que "pensaram" pequeno e não levaram em conta a possibilidade de uma solução ganha-ganha, que respeita a natureza e os investidores.

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Feito o estrago que poderia ter sido evitado, as reparações anunciadas pela Embraport são insuficientes e até risíveis, como a anunciada reconstrução do campo de futebol, que não mitigam as perdas socioeconômicas que arruinaram uma quase centenária comunidade de pescadores artesanais até então em equilíbrio.
Foto: site Juicysantos
Ilha Diana 4
Quando a construção de terminais portuários vai interferir na natureza como um processo integrado e as autoridades deixarão de ser permissivas e lenientes, para que esse tema não se limite a exercícios de mitigação ou redução de danos, como vem acontecendo na Ilha Diana, no Porto de Santos?

Ante essa triste realidade, o conceito de sustentabilidade expresso no site da empresa, “A preocupação com a comunidade está presente no dia a dia da Embraport”, passa a ideia de um mero estratagema retórico que não encontra contrapartida no relacionamento com a comunidade da Ilha Diana, e causa a impressão de querer parecer uma empresa alinhada às exigências que hoje transcendem as fronteiras nacionais. Outra pergunta se faz obrigatória: Quanto no tempo e no espaço se disseminam notícias desses impactos com a conectividade da tecnologia digital, em um ambiente global em que negócio vem sendo considerado uma parte integrante das forças econômicas?
Ilha Diana 3
Como uma declaração de compromisso da PIANC (The World Association for Waterborne Transport Infrastructure), o Working with Nature tem credenciais para ser uma proposta de mudança no modo de desenvolver e implantar projetos. Principalmente por ser fundamentado no planejamento da expansão exitosa de portos como Roterdam e, assim, vem se firmando como uma referência no desenvolvimento sustentável do setor ligado à navegação. Sob essa visão, e mesmo considerando modestos avanços, no Brasil há muito que evoluir na relação Porto-Cidade. Mas, definitivamente, o impacto ao ambiente verificado no projeto da Embraport não pode ser mais tolerado e o Poder Público precisa exercer o seu papel.

Com certeza os portos para o século XXI que o ministro Helder Barbalho, da Secretaria de Portos (SEP), fala em entrevista ao Portogente, descartam projetos como os que prejudicam toda uma comunidade de pescadores.

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